quarta-feira, 13 de abril de 2011

Sinto tanto, sinto muito, nada sinto

Hoje estou me sentindo um grande nada, não pelo fato de estar descrente de mim mesmo, estaria mentindo sobre isso, me amo, adoro minhas atitudes e a pessoa que sou. Mas não vim falar disso hoje, vim dizer como estou me sentindo mal, chateado, estourado, cansado, detonado como uma bomba de Hiroshima.

Há 2 anos atrás coloquei metas em minha vida, uma delas era morar em Goiânia, provei pro meu medo que sou capaz e aqui estou!
Estou cansado de ter que depender dos outros pra ir pro trabalho, pra ir pra faculdade, pra ter um lugar pra morar, não preciso disso, eu tenho tudo, porém por enquanto tenho alguns motivos pra estar fazendo o que não quero.

Não posso andar de cueca, não posso dançar pelado gritando que nem um louco, não posso nem colocar uma porra de um colchão na sala pra ver um filme com minha namorada, nem gritar coisas sem noção sem que o vizinho de baixo ligue na portaria pra reclamar, não posso ser livre como sou de verdade.

A questão é que agora o que mais quero é voltar para aquela cidade pacata que todos dizem mal, voltar pra minha casa, meu lar, meu quarto, a minha cama, o meu pc velho fodido que custa ligar, onde passei grandes momentos da minha vida, quero ter aquela vida gostosa, leve, saudável que tinha.

Escrevendo descobri o que está acontecendo comigo, a minha liberdade está envilecida, e isso me corta, fere meu peito, corroe meu entusiasmo, coloca esse peso na minha mente que tanto me incomoda, me deixa destroçado, como disse logo acima, um NADA!

Por enquanto não posso dizer aqui pra não trazer coisas ruins, mas coisas boas virão, e tudo irá se resolver.

Finalizo esse desabafo com uma estrofe cortante, como um velho blues.

Ora quem é que não sabe
O que é se sentir sozinho
Mais sozinho que um elevador vazio
Achando a vida tão chata,
Achando a vida mais chata
Do que um cantor de Soul

Zeca Baleiro - Blues do Elevador

Não sei se sou o texto ou se sou a estrofe.


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